29° DIA - A CARIDADE
A Caridade é a Rainha das virtudes. A Caridade é a perfeição do homem. A Caridade é a plenitude da vida cristã. Por quê? Porque Deus é Caridade e quem está na Caridade está em Deus e Deus nele (cf. I Jo 4,16). Mas o que ela é? É o amor total de Deus e do próximo. Não amor humano carnal, mas amor Divino, feito de Graça, que vem do Espírito Santo de Amor. É o amor de Deus difundido nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (cf. Rm 5,5). É penoso, por isso, é ilusão pensar de amar a Deus ou ao próximo quando se está em pecado mortal na alma. Igualmente é penoso iludir-se de amar verdadeiramente sem que o impulso do amor venha originalmente do Espírito Santo no coração. Quantas aparências de Caridade fazemos, consciente e inconscientemente. Isso diz S. Paulo com palavras que deveriam voltar a si quem quer que seja sem pose de disponibilidade, de abertura aos outros, de viver para os outros, e não olhe se tudo é feito com a Graça de Deus na alma e se venha da consciente e amorosa união com o Espírito Santo no próprio coração. Se não, mais ainda do que de bem vagas disponibilidades e aberturas aos outros, S. Paulo fala muito concretamente de distribuir todos os bens aos pobres e de dar até o próprio corpo para ser queimado pelos outros, para concluir que tudo isto de nada serve se não procede do amor de Deus no coração (cf. I Cor 13,3). A substância principal da caridade, então, é a Graça de Deus na alma, é o amor de Deus no coração e nas intenções. Sem isto, se fala de caridade batendo no ar (cf. I Cor 9,26).
O amor de Jesus empurra
Quando existe o amor de Deus no coração a Caridade pelo próximo é elevada até ao heroísmo mais puro. S. Francisco de Assis, que não só não fugiu, mas aproximou-se e beijou o leproso; S. Isabel de Hungria que pôs na própria cama um leproso abandonado na rua; os missionários que enfrentam riscos e dores mortais pelos infiéis; S. Tereza que se flagelava 3 vezes por semana e Jacinta que batia as urtigas nas pernas pelos pecadores; e tantos outros santos... Quais heroísmos de caridade material e espiritual não fizeram pelos irmãos empurrados pelo amor de Jesus? Valiam de verdade para eles as palavras de S. Paulo: "O Amor de Cristo nos impele" (cf. II Cor 5,14). Não um amor comum, entende-se, mas um amor de fogo devorador (cf. Dt 9,3) que os levava à perda de si no Amado para ter um só coração e um só querer, prontos para amar sem medidas, até à morte. Assim, só assim se explica todo amor sobre humano dos santos. Quando o S. Cura d'Ars converteu a mulher de um rico hebreu, este chegou todo furioso em Ars. Apresenta-se ao Santo e diz-lhe brutalmente: "Pela paz que destruístes na minha casa eu vim arrancar um olho teu." "Qual dos dois?" Desconcertado, o hebreu respondeu: "O direito!" "Bem, ficará o esquerdo para vos olhar e amar". "E se eu arrancar os dois?" "Ficará meu coração para vos olhar e amar". Transformado, o hebreu caiu de joelhos e chorou, convertido. Eis a potência do amor de Jesus.
Não mais eu, mas Jesus
A Caridade fraterna mais alta e perfeita é aquela que nos faz amar o próximo com o mesmo coração de Jesus. "Tendes em vós os mesmos sentimentos de Cristo" (cf. Fp 2,5): É este o mandamento novo e sublime de Jesus: "Amai-vos como eu vos amei, porque disto reconhecerão que sois meus discípulos, se vos amar uns aos outros" (cf. Jo 13,35).
--- Send in a voice message: https://anchor.fm/cassiordl/message
Comentarios