Mau atendimento em hospitais e alto preço de medicamentos levam cidadãos angolanos a optar pela medicina alternativa. Tratamento tem efeitos positivos, mas deve ser administrado por profissionais acreditados.Em Angola, cada vez mais cidadãos recorrem à medicina natural ou alternativa para tratarem várias doenças. O mau atendimento nos hospitais e a falta de dinheiro para comprar medicamentos são algumas das razões pelas quais cidadãos optam por outros tipos de tratamento. Entretanto, há perigos à espreita. A medicina natural, à base de plantas, banhos e cataplasmas, está presente em todo o país. O angolano Mendes Virgílio prefere o atendimento nos centros de medicina alternativa e considera que os preços são mais convidativos. "O atendimento nos hospitais do Estado não é dos melhores. Por isso é que optei pela medicina natural, para cuidar da minha saúde. Sinto muitas melhorias no corpo, em relação ao passado", diz. Inês Augusto recorreu à medicina natural por conselho médico, depois de lhe ter sido detetado excesso de produtos químicos no organismo. "No hospital público, o atendimento é bom. O problema é que não há medicamentos e, mesmo que haja, eles não são eficazes com as patologias que o paciente apresenta. Aqui, o paciente é orientado desde o tipo de alimentação até o modo de vida que deve ter como base produtos naturais", afirma. Tratamento profissional Especialistas afirmam que a medicina natural pode ser útil em algumas situações, constituindo uma alternativa à medicina moderna, mas nunca deve ser uma substituição desta. Intilana Henda, responsável por um centro de medicina natural, realça a importância desta área como um complemento. "Há patologias que com a medicação convencional não se tratam, mas com a medicina natural o paciente encontra solução, porque às vezes a situação em que se encontra se calhar deve-se à falta de algumas proteínas, vitaminas e isso só é possível adquirir com base natural", explica. A especialista alerta, por outro lado, para a existência de "falsos profissionais". Por isso, é necessário estabelecer regras no setor. "É preciso realmente saber o diagnóstico para aplicar certos produtos. Se não o fizermos mediante a patologia, pode haver uma divergência no organismo do paciente, razão pela qual quem está a medicar estes produtos tem que ser de fato um profissional", diz Intilana Henda. Opinião idêntica tem a especialista em fármacos naturais Alice Olga, para quem a administração de medicamentos naturais sem o aconselhamento devido de um especialista pode trazer perigos sérios à saúde. "As pessoas que fazem a venda de medicamentos por curiosidade devem parar. Nem sempre os fármacos vendidos vão de encontro à patologia e podem causar problemas ao paciente", alerta.
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