Em meio a pandemia do novo coronavírus, as disputas políticas se acentuam, e o papel do Estado se torna foco de debate. De um lado, os neoliberais minimizam o papel das instituições públicas em nome do livre mercado – para eles, o principal protagonista dos avanços econômicos. De outro, estão os defensores de um Estado mais atuante, promotor de desenvolvimento, especialmente em setores onde a iniciativa privada não demonstra interesse inicial de investimento. O fato é que nessa disputa também é colocado em xeque o papel da universidade pública e gratuita.
Reitor da Universidade Federal da Bahia e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (Andif), João Carlos Salles defende a importância do ensino superior público como motor de desenvolvimento e inclusão social do país. Ele garante que 70% dos alunos das instituições de ensino federais são de famílias de baixa renda. “Ao contrário do que alguns afirmam para justificar cobrança de mensalidade, a universidade pública não é para os ricos. Esses representam, quando muito, 10% do total de estudantes. Nos últimos anos, estamos incluindo cada vez mais jovens de famílias humildes”, afirma.
João Carlos também faz uma comparação do perfil dos estudantes brasileiros com os de outros países latino-americanos. Segundo ele, historicamente o investimento em educação faz a diferença. “Quando dou palestras em países do nosso continente, vejo que estou diante de alunos de graduação que, aqui no Brasil, teriam nível de pós-graduação”. Daí a necessidade de um forte investimento duradouro e estável do ensino fundamental à educação superior.
Brasil Latino
O Brasil Latino vai ao ar toda segunda-feira, às 17h, pela Rádio USP FM 93,7Mhz (São Paulo) e Rádio USP FM 107,9 (Ribeirão Preto). As edições do programa estão disponibilizadas em @brlatino, nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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