4. Leia Atos 7:1-53. O que Estêvão disse aos seus acusadores? Quais lições podemos aprender com suas palavras? ___________________________________________________________________
As acusações levantadas contra Estêvão o levaram à prisão e ao julgamento pelo Sinédrio. De acordo com a tradição judaica, a lei e os serviços do templo representavam dois dos três pilares sobre os quais o mundo estava fundamentado – o último era a prática das “boas obras”. A simples insinuação de que as cerimônias mosaicas haviam se tornado obsoletas era verdadeiramente considerada um ataque ao que havia de mais sagrado no judaísmo; daí a acusação de blasfêmia (At 6:11).
A resposta de Estêvão é o discurso mais longo do livro de Atos, o que indica sua importância. Embora, à primeira vista, ele pareça apenas uma exposição tediosa da história de Israel, devemos entender o discurso em conexão com a aliança do Antigo Testamento e a maneira como os profetas usavam a estrutura dessa aliança quando se levantavam como reformadores religiosos para chamar Israel de volta às exigências da aliança.
Eles costumavam empregar a palavra hebraica rîb, cuja melhor tradução provavelmente seja “processo judicial da aliança”, a fim de expressar a ação legal de Deus contra Seu povo, por causa da incapacidade dele de cumprir a aliança. Em Miqueias 6:1 e 2, por exemplo, rîb aparece três vezes. Seguindo o padrão da aliança do Sinai (Êx 20–23), Miqueias relembrou o povo dos atos poderosos de Deus em seu favor (Mq 6:3-5), das condições e violações da aliança (Mq 6:6-12) e, finalmente, das maldições que resultavam dessas violações (Mq 6:13-16). Esse provavelmente seja o pano de fundo do discurso de Estêvão.
Quando solicitado a explicar suas ações, ele não fez nenhum esforço para refutar as acusações nem para defender sua fé. Em vez disso, ele ergueu a voz da mesma forma que os profetas antigos fizeram quando trouxeram o rîb de Deus contra Israel. Estêvão tinha o objetivo de ilustrar a ingratidão e a desobediência do povo. Em Atos 7:51-53, Estêvão já não era mais o réu, mas profeta de Deus, apresentando o “processo judicial” contra os líderes.
Se seus antepassados eram culpados de matar os profetas, eles o eram ainda mais. A mudança de “nossos pais” (At 7:11, 19, 38, 44, 45) para “vossos pais” (At 7:51, 52) é significativa: Estêvão pôs fim à sua solidariedade para com seu povo e tomou uma posição definitiva ao lado de Jesus. O custo seria enorme; no entanto, ele não revelou medo nem arrependimento.
Qual foi a última vez que você precisou assumir uma posição firme e decidida a favor de Jesus? Você fez o que devia fazer ou vacilou?
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