Cerca de 20% das 3 mil amostras de água dos furos, poços e água engarrafada analisadas no país nos últimos seis meses estão contaminadas.Várias fontes de água em Moçambique estão contaminadas, diz um estudo da Aliança Global para a Melhoria da Nutrição – uma organização internacional de combate à desnutrição. Trata-se de água dos furos, poços e água engarrafada. Como consequência, diz o organismo internacional, o país tem sido assolado por doenças, nomeadamente diarreias, cólera e desnutrição crónica. A diretora da organização, Kátia Dias, refere que os laboratórios devem usar meios mais modernos para detetar eventuais contaminações. "Existe ainda equipamento que não está a funcionar na sua totalidade. Precisam de fazer um upgrade, precisam de um novo software ou precisam simplesmente de voltar a funcionar porque, infelizmente, não estão a funcionar", explica a diretora. Moçambique está no nível mínimo e aceitável em termos de controlo da qualidade da água e alimentos, diz a Aliança Global para a Melhoria da Nutrição, mas Kátia Dias não tem dúvidas: "Neste momento, há capacidade mínima instalada. Agora, queremos dar um salto qualitativo para podermos estar ao nível dos padrões internacionais”. Nos últimos seis meses, o Laboratório Nacional de Higiene de Águas e Alimentos de Moçambique avaliou cerca de 3 mil amostras de água dos furos, poços e engarrafada. Deste trabalho, constatou-se que cerca de 20% da água estava contaminada, sobretudo a água dos rios, poços e engarrafada. Necessidade de utilizar mais os laboratórios A diretora do Laboratório Nacional de Higiene e de Águas, Maria Matsinhe, afirma que, no que diz respeito à água engarrafada, as empresas devem fazer análises de forma regular. "As próprias empresas que produzem água também mandam amostras para nós fazermos análises e ver se há algum problema", mas Maria Matsinhe acrescenta que "há também apreensões periódicas que são feitas de forma aleatória por forma a que o laboratório possa fazer estes exames". Em relação à água dos fontanários, poços e rios, as autoridades ligadas a este setor recolhem amostras e fazem campanhas de sensibilização. "Os chás [agentes de sensibilização] vão aos bairros e fazem a colheita de amostras de água de zonas de consumo, de grandes aglomerados e analisam. E temos aquela água que nos é enviada, por exemplo". Para minimizar os índices de surto de doenças resultantes do consumo de água imprópria as autoridades criaram os laboratórios portáteis, mas não estão a ser bem usados, refere Maria Matsinhe. "Há necessidade de aumentarmos a nossa capacidade de utilização, quer dizer, estamos a usar pouco quando podíamos usar muito mais, porque é um instrumento que existe no terreno e que deve ser usado."
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