Ao chegar a Jerusalém, Paulo foi calorosamente recebido por cristãos ligados a Mnasom, com quem devia se hospedar (At 21:16, 17). Em Atos 21:18-22, Tiago e os anciãos de Jerusalém expressaram sua preocupação com a reputação de Paulo entre os cristãos judeus locais, to – dos zelosos guardadores da lei mosaica. Eles haviam sido informados de que Paulo estava ensinando os judeus conversos que viviam no exterior a abandonar Moisés, dizendo-lhes que não deviam “circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes da lei” (At 21:21).
É claro que isso não era verdade. O que Paulo ensinava era que, em termos de salvação, nem a circuncisão nem a incircuncisão significava coisa alguma, pois tanto os judeus quanto os gentios eram igualmente salvos pela fé em Jesus (Rm 2:28, 29; Gl 5:6; Cl 3:11). Isso é bem diferente de incentivar explicitamente os judeus a desconsiderar a lei e seus requisitos. Obediência não é, em si mesma, sinônimo de legalismo, embora possa ser deliberadamente distorcida, vindo a significar exatamente isso.
1. Leia Atos 21:23-26. Como Paulo demonstrou que ainda era um judeu fiel?
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Paulo foi aconselhado a ser politicamente correto. Ele devia mostrar a falsidade dos rumores a seu respeito fazendo algo bem “judeu”: financiar o voto de nazireado de alguns cristãos judeus. Esse voto era um ato especial de piedade por meio do qual um judeu se reconsagrava a Deus. Infelizmente, Paulo cedeu. Os heróis, inclusive os bíblicos, têm suas falhas, como podemos ver na vida de Abraão, Moisés, Pedro e vários outros. É possível argumentar que Paulo estava apenas seguindo seu princípio de proceder como judeu ao lidar com judeus (1 Co 9:19-23), ou que ele mesmo teria feito um voto pouco antes (At 18:18), embora a natureza exata desse voto não seja clara.
Dessa vez, no entanto, Paulo foi transigente. Sua ação endossou as motivações legalistas por trás da recomendação que lhe fora feita. A implicação de sua atitude era exatamente aquela que ele tentava vigorosamente combater: a ideia de que havia dois evangelhos, um para gentios, de salvação pela fé, e outro para judeus, de salvação pelas obras. Paulo, porém, “não estava autorizado por Deus para ceder tanto quanto pediam” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 405).
Na tentativa de sermos relevantes, como podemos evitar um erro semelhante?
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