De Chipre, Paulo e seus companheiros embarcaram para Perge, na Panfília, na costa sul da moderna Turquia. Antes de relatar a viagem para Antioquia da Pisídia, Lucas apresenta duas mudanças significativas: Paulo se torna a figura principal (até esse ponto, Barnabé sempre é mencionado primeiro), e Lucas deixa de usar o nome judaico de Paulo (“Saulo”) e começa a se referir a ele apenas como “Paulo” (At 13:9).
Essa mudança provavelmente ocorreu porque, a partir de então, Paulo se encontrava, sobretudo, em um ambiente greco-romano. Em Atos 13:13, Lucas relata que João Marcos acabou voltando para Jerusalém. O texto bíblico não nos informa o motivo de sua deserção. Ellen G. White escreve que, diante do medo e desanimado por causa das dificuldades que os aguardavam, “Marcos se intimidava e, perdendo todo o ânimo, recusou-se a prosseguir, retornando a Jerusalém” (Atos dos Apóstolos, p. 170).
Deus nunca prometeu que seria fácil. Pelo contrário, Paulo sabia desde o início que servir a Jesus envolveria muito sofrimento (At 9:16), mas ele aprendeu a depender inteiramente do poder de Deus, e nisso estava o segredo de sua força (2Co 4:7-10).
2. Leia Atos 13:38. Qual foi a essência da mensagem de Paulo na sinagoga de Antioquia?
O texto de Atos 13:16-41 contém o primeiro sermão de Paulo registrado no Novo Testamento. Com certeza esse não foi o primeiro sermão pregado pelo apóstolo, e não há dúvida de que o relato de Lucas consiste apenas num resumo do que Paulo disse. O sermão é dividido em três partes principais. Paulo começou falando de crenças em comum a respeito da eleição divina de Israel e do reinado de Davi (At 13:17-23); essa parte tinha o objetivo de estabelecer um ponto de contato com o público judeu.
Em seguida, ele apresentou Jesus como o cumprimento das promessas de Deus de um descendente de Davi que traria salvação a Israel (At 13:23-37). A parte final é uma advertência contra a rejeição da salvação oferecida por Jesus (At 13:38-41). O clímax do sermão está nos versículos 38 e 39, que contêm a essência da mensagem de Paulo sobre a justificação. Perdão e justificação estão disponíveis apenas por intermédio de Jesus, não pela lei de Moisés.
Essa passagem não afirma que a lei foi abolida. Apenas destaca a sua incapacidade de realizar o que os judeus esperavam que ela fizesse, a saber, justificar (Rm 10:1-4). Essa prerrogativa repousa unicamente sobre Jesus Cristo (Gl 2:16).
O que significa o fato de que a salvação ocorre somente por intermédio de Jesus? Como conciliar a necessidade de guardar a lei moral com o fato de que a lei não é capaz de justificar?
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