A partilha de bens na igreja primitiva não era obrigatória; ou seja, não era uma condição formal para que alguém se tornasse membro. Entretanto, certamente houve vários exemplos de generosidade voluntária que inspiraram toda a comunidade. Um desses exemplos foi Barnabé (At 4:36, 37), que mais tarde desempenharia um importante papel no livro de Atos. Contudo, também havia exemplos negativos que ameaçavam a unidade da igreja, logo num momento em que os ataques externos haviam acabado de começar.
4. Leia Atos 5:1-11. Quais são as lições dessa história?
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Embora Lucas não tenha dado todos os detalhes, não há dúvida de que o problema fundamental de Ananias e Safira não era a tentativa de manter consigo o dinheiro, mas a prática do engano dentro da comunidade. O pecado deles não foi resultado de um ato impulsivo, mas de um plano cuidadosamente preparado, uma tentativa deliberada de “tentar o Espírito do Senhor” (At 5:9). Eles não foram obrigados a vender sua propriedade e entregar o dinheiro à igreja.
Portanto, quando se comprometeram a fazê-lo, eles possivelmente estivessem agindo apenas em seu próprio interesse, talvez até tentando ganhar influência entre os irmãos com o que parecia ser um ato louvável de caridade. Essa possibilidade ajuda a explicar por que Deus os puniu tão severamente. Mesmo que a vida comunitária da igreja resultasse da convicção de que Jesus estava prestes a vir, um ato como o de Ananias e Safira em um período tão precoce poderia depreciar a importância da lealdade a Deus e se tornar uma influência negativa entre os fiéis.
O fato de não haver menção de que Ananias tivesse recebido a chance de se arrepender, como no caso de Safira (At 5:8), pode ser apenas em razão da brevidade do relato. O ponto principal é que, durante todo o tempo, eles agiram de maneira pecaminosa, e o pecado é um assunto sério aos olhos de Deus (Ez 18:20; Rm 6:23), mesmo que Ele nem sempre o castigue imediatamente. Na verdade, por ser muitas vezes adiado, o castigo deve constantemente nos lembrar de como Deus é longânimo (2 Pe 3:9).
Por que devemos cuidar para não exceder os limites da graça, como esses dois membros da igreja primitiva fizeram?
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